RESENHA: O Beijo da Morte - Sob a Luz das Galáxias





Livro: O Beijo da Morte - Sob a Luz das Galáxias
Autora: Judie Castilho
Editora: Chiado Editora
Paginas: 460
Lançamento: 2016 - Ebook




Sinopse


Uma romântica e perigosa história, vivida sob a luz das galáxias.
Uma jovem audaciosa, disposta a tudo por seu amor…

Um homem poderoso, capaz de matá-la só por amar-lhe…
Um povo cruel, que não tem limites em sua luta pelo poder…
A paz entre os planetas ameaçada, como nunca antes…
E o amor pode se tornar a arma perfeita para uma guerra intergaláctica.
Haysla e sua amiga, Violyt, estão iniciando uma nova fase em suas vidas.
Depois de passarem muitos anos na Terra, enfim chegou o dia pelo qual elas tanto esperaram! Elas estão completando 17 anos e ingressando na Academia Frantila, a escola mais disputada do universo.
Mas as coisas não serão fáceis para elas.
A União Universal e seus 16 planetas aliados acreditam estar cada vez mais unidos e poderosos. Porém, uma grande conspiração intergaláctica está se formando. Seus planetas inimigos não querem mais viver à margem do universo. Eles estão em busca de poder e de um elixir que lhes garanta uma longa vida.
Para complicar ainda mais as coisas, Haysla está vivendo um peculiar triângulo amoroso.
De um lado, um amor leve, divertido, tranquilo. Possível.
Com ele, Haysla tem a chance de uma vida segura e feliz.
De outro lado, um amor ardente, avassalador, compulsivo…
Mas impossível.
E para viver este amor, Haysla não temerá consequências… E pode colocar todos em sérios apuros.





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   Diante da onda de livros "hot" que estamos vivendo nesse momento, Judie Castilho, nos mostra uma obra completamente diferente e inusitada. Trocando cenas calientes por cenas românticas e bastante engraçadas entre extraterrestres, ela nos apresenta Haysla, personagem principal e extremamente teimosa de ‘O Beijo da Morte’.
Menina forte, inteligente e tão determinada que beira a teimosia e sempre dá um jeito de conseguir o que quer. Isso torna a personagem característica, passando longe de uma mocinha água com açúcar. Ainda assim, vemos nela certa nobreza, que é demonstrada em sua preocupação com seus amigos e família.

   Judie faz com que a trama seja de fácil leitura, porém com a ressalva de que deve-se prestar atenção nos nomes de alguns personagens e povos. Dito isso, analisemos outros pontos.
Primeiro dia de aula em um lugar que nem Haysla, nem Violyt sua melhor amiga conhecem. Normalmente elas seriam muito bem recebidas em sua escola na Terra, porém não estão mais lá. Estão em Frantila, onde tudo é desconhecido.

   Na falta de escolas de Frantila na Terra, que não faz parte dos aliados e se mantem neutra para que os terráqueos não saibam da existência de outros povos fora da área terrestre, a pergunta que não quer calar é a seguinte: como isso é possível sendo que em determinada parte da narrativa a autora diz:

“Há milhares de anos, a Terra fora colonizada por alienígenas de diversos planetas diferentes. Isso aconteceu por causa da enorme e atraente biodiversidade da Terra, por sua localização estratégica e pelo pouco nível de desenvolvimento tecnológico dos habitantes nativos. Os extraterrestres se reproduziram com os terráqueos ao longo dos anos. As características físicas se misturaram, por isso a Terra era um planeta sem características definidas.”

   Os costumes parecidos com o dos humanos são esclarecidos em uma conversa em determinado tempo, porém, a explicação sobre como os terráqueos não sabem nada sobre de quem eles descendem ou que há vida fora dos limites terrestres, não é satisfatória, uma vez que a mãe das personagens Haysla e Vyolit são da Terra. Podemos supor então, que os extraterrestres se passaram por humanos a fim de colonizar e se misturar entre os humanos.

   Ao subir as escadas à procura de sua sala de aula, Haysla se desequilibra e cai no chão. Nesse exato momento, logo nas primeiras páginas Benjamin é introduzido na trama, com seu corpo dourado e olhos de mesma cor, extremamente bonito, assim como Haysla e Vyolit (ainda que essa última não tenha essa concepção de si mesma). Na verdade, conforme as páginas vão sendo lidas, somente alguns povos em especial não são providos de muita beleza.

   Distribuídos em dezesseis planetas aliados e mais alguns outros que não fazem parte da União Universal, todos os personagens que verdadeiramente interessam, possuem inegavelmente feições humanas, acrescidas de algumas habilidades "alienígenas", como Keynel, que possui controle corporal e pode ter força máxima, Shiva, que controla os elementos da natureza, Noaha, que possui o dom de todos os sentidos aguçados, Donank que pode passar correntes elétricas pelo corpo e Lohan, que pode induzir alucinações nas pessoas com seu controle mental. Além da própria Haysla e Vyolit que podem se comunicar por pensamentos e controlar o ar. Benjamin que é a pessoa mais bem dotada do lugar, fica longe do clichê. Podendo facilmente ser confundido com um mocinho todo poderoso, por ter controle mental, poder projetar escudos e levitar coisas, ele se mostra gentil e alegre, mesmo tendo poder para matar a todos.

   Essa alegria e displicência, aliada a suas feições de corpo, faz Haysla logo se apaixonar por ele, apesar de haver um empecilho para que fiquem juntos. Ele tem um veneno no corpo, o qual Haysla é intolerante.

   Isso dá uma emoção maior na obra, os espectadores ficam instigados a saber qual é o destino que Judie escolheu para seus personagens. Eles ficarão juntos ou estão fadados a se verem e não viverem o amor na forma mais pura?

   Judie, costura a trama com bastante humor e dramas adolescentes, como provas e trabalhos escolares, "pegação" e muitos flertes à uma aventura fora da Terra que conhecemos, guerras contra povos estranhos por causa de uma substância poderosa (a mesma que pode matar Haysla), criaturas com olhos vermelhos e narizes colados à testa, além do próprio fato de serem extraterrestres.
Pode-se dizer que é bastante conveniente as características humanas nos personagens para que não causem estranhamento no leitor, apesar de causar um certo desapontamento, pois estamos acostumados que eles sejam descritos como horríveis e gosmentos. A concepção da autora para com os alienígenas nos faz reconsiderar: é necessariamente preciso que um extraterrestre seja descrito de forma tão incomum e horripilante? Por que não retrata-los de forma mais leve e bem humorada? Pelo visto a autora pensa nisso como uma bonificação aos bons e uma punição para os maus, pois alguns deles são terríveis em sua aparência. Existe também a inevitável comparação à Terra. Frantila é um planeta divergente de nossa realidade, com suas flores de cores e padrões distintos, praias paradisíacas com areia em cores diferentes e carros voadores. A estética da escrita, nos faz imaginar uma Terra melhorada de árvores raras e comidas exóticas. Queremos morar em Frantila. O ar é ótimo, o céu à noite é maravilhoso e o clima romântico parece sempre estar no ar.
Prova disso é quando Haysla, em determinado momento, paquera Keynel, em busca de soluções para que seu amor impossível suma de sua cabeça. Assim como Vyolit orientou nessa passagem do texto:

“... tire esse cara da cabeça antes que seja tarde demais... não, você ainda não pode amá-lo... e paixão acaba mais fácil”
Ao que Haysla responde:
“Talvez eu ainda não o ame, mas vai acontecer. É um desastre eminente...”

   Apesar disso, ela insiste em ter outro relacionamento para que Benjamin não descubra sobre seu amor. A própria Vyolit inicia um romance com Lohan, assim que o vê pela primeira vez, como dito, o romantismo parece sempre estar pairando. Ao contrário do que se pensava, Haysla se apega a Keynel e continua apaixonada por Benjamin o que causa transtornos para ela e um quase sentimento de revolta por parte do leitor se forma, já que Keynel, é super atencioso e gentil, assim como Benjamin que não pode ficar com sua amada por conta de seu veneno, apesar de poder toca-la em determinadas partes do corpo. Esse é o segundo ponto em que as coisas estão embaçadas, ao mesmo tempo em que não pode ser beijada por ele, Haysla pode ter seu toque nas mãos por exemplo, por haver um "desinfetante" para a pele que limpa o veneno. Fica confuso porque claramente, em algumas passagens está explícito que não há um antídoto contra o veneno, mas existe algo que o impeça de atravessar a pele. Isto poderia ser estudado e transformado em antídoto, pelo menos do ponto de vista de um leitor.

   A esperança de que o veneno dele não a afetasse, faz Haysla tomar uma decisão cabível por seu amor e o que era pra ser uma coisa boa, acaba de tornando um pesadelo e ela continua a sofrer por Benjamin, que afirma:

“Nossa história de amor, não é romântica”

   Ademais das divergências que poderão ser esclarecidas nos próximos livros da série, a trama é bem construída e vale a pena ser lida, para quem busca entrar num mundo diferente, divertido, mas em que o amor é o mesmo, não importa o planeta...




Quotes












Resenha feita por Lary

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